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Ex juiz de Teófilo Otoni

Justiça decide por unanimidade pela prisão preventiva de juiz

Juiz Amaury de Lima e Souza é suspeito de facilitar transferências e flexibilizar sentenças de traficantes.

JOSÉ VÍTOR CAMILO

BÁRBARA FERREIRA

 

A Justiça decidiu nesta sexta-feira (13), por unanimidade, pela prisão preventiva do juiz Amaury de Lima e Souza, afastado da Vara de Execuções Criminais de Juiz de Fora, na Zona da Mata. Ele foi preso em flagrante na madrugada de quinta-feira (12) por porte ilegal de armas e por suspeita de envolvimento com uma quadrilha de tráfico internacional de drogas.

 

Após a sua prisão, o juiz foi trazido para a sede da Polícia Federal (PF) de Belo Horizonte e aguardava a decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) sobre a legitimidade de sua prisão. O magistrado apresentou um pedido de relaxamento da prisão e ainda a concessão da liberdade provisória (com ou sem fiança) ou a imposição de medidas cautelares diversas da prisão. Na sessão desta sexta-feira, contudo, os magistrados entenderam que a concessão desses pedidos não era cabível.

 

Um total de 25 desembargadores participaram do julgamento, sendo que apenas 20 votaram, já que os demais eram integrantes da diretoria. A prisão preventiva do juiz foi defendida por todos os desembargadores, que concordaram com a relatora, de que ele havia sido detido em flagrante após encontrarem armas em suas residências dele, mas também é investigado por tráfico de influência e por participar de uma quadrilha de tráfico internacional.

 

A suspeita é que o magistrado tenha praticado o crime de tráfico de influência para privilegiar integrantes da quadrilha desmembrada durante a Operação Athos, realizada na última terça-feira (10), quando 19 pessoas foram presas em todo o país.

 

Os desembargadores entenderam que Souza poderia atrapalhar o andamento das investigações, já que tinha ligação direta com presos, e poderia haver coerção de testemunhas, eliminação de provas e até possibilidade de fuga do suspeito se respondesse em liberdade. A relatora do processo, desembargadora Márcia Milanez, analisou todo o contexto investigatório e entendeu ser imprescindível a manutenção do magistrado preso “para garantia da ordem pública e da aplicação da lei penal, além de propiciar a regular instrução criminal”.

 

Sigilo

 

A assessoria da PF informou que o caso corre sob sigilo e por isso maiores informações não serão repassadas. Entretanto, informações extraoficiais, dão conta de que o nome do juiz teria surgido durante o monitoramento da quadrilha. Ele teria sido flagrado em conversas com uma advogada também presa durante a operação – Andrea Elizabeth Leão Rodrigues, que defendia outros detidos.

 

Ela seria o elo entre o magistrado e os traficantes. A suspeita é que o juiz facilitaria a transferência e a flexibilização de sentenças. O advogado do suspeito preferiu não se pronunciar, já que ainda terão que estudar qual será a estratégia da defesa. Eles alegam terem comparecido ao julgamento pensando que defenderiam apenas o flagrante pelas armas apreendidas e não pelo envolvimento na quadrilha.

 

O juiz está detido provisoriamente na sede do 39º Batalhão da Polícia Militar (PM), em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. 

 

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