(*) Dr. Daniel de Azevedo Teixeira
O consumo de medicamentos inevitavelmente cresce a cada dia. As preocupações com a saúde e o aumento da expectativa de vida das pessoas resultaram no surgimento de doenças crônicas e com isso a necessidade do uso de medicamentos de uso contínuo. Esses fatores não modificaram apenas as condições de saúde dos brasileiros, mas também o orçamento familiar, em função dos custos com medicamentos. A Lei n° 9.787, aprovada no ano de 1999, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, regulamentou o programa dos medicamentos genéricos.
Após 15 anos desta regulamentação, os consumidores ainda se encontram confusos quanto à credibilidade dos genéricos. É muito comum deparar com pessoas que expressam algum tipo de resistência a esse tipo de medicamento. Parte desse comportamento, sem dúvida, está diretamente ligada às poucas informações disponibilizadas pelo poder público, associadas ao poderoso interesse do mercado farmacêutico.
O faturamento dos grandes laboratórios multinacionais de medicamentos depende diretamente do volume de vendas. O alto custo das pesquisas científicas, as patentes e o marketing das indústrias imprimem a necessidade de alta comercialização de seus produtos. Assim, a principal via para aumentar as vendas de medicamentos perpassa pelos profissionais prescritores, sobretudo médicos. Utilizando de várias estratégias, os laboratórios, no intuito de garantir sua produtividade, empregam várias estratégias de incentivo à prescrição de seus produtos, ocasionando, assim, a desmotivação do consumo de medicamentos genéricos.
Os genéricos possuem substância ativa, dosagem e forma farmacêutica idênticas aos medicamentos referenciais de marca. Assim como estes, os genéricos são submetidos a testes de Bioequivalência e Biodisponibilidade, que lhes asseguram a eficácia, mas, como não possuem investimentos em pesquisa, propaganda e desenvolvimento, os custos destes fármacos ficam bastante reduzidos.
De acordo com o Ministério da Saúde, o medicamento genérico deve possuir em suas caixas uma tarja amarela de identificação, com a palavra GENÉRICO em preto, e sempre apresentar o nome do princípio ativo. Ex: Medicamento de Marca ANADOR®, princípio ativo (dipirona sódica), medicamento genérico Dipirona sódica.
Assim, o medicamento genérico é uma excelente alternativa para o consumidor, pois possui EFICÁCIA comprovada e menor CUSTO. Entretanto, a falta de informação ainda promove grande resistência ao consumo destes medicamentos. A substituição das prescrições médicas por medicamentos genéricos é um direito do consumidor garantido por lei.
Portanto, a opção do medicamento genérico poder ser uma ótima escolha.
A aceitabilidade dos medicamentos genéricos
e os reflexos da política medicamentosa no Brasil.


Dr. DANIEL DE AZEVEDO TEIXEIRA
é bioquímico e biomédico. Ele é articulista do VOX.

Leia outros textos do autor